Nossa Senhora
das
Dores

KIBEHO - RUANDA 1981

 

Os Videntes

Videntes reconhecidos:

Alphonsine Mumureke, Nathalie Mukamazimpaka, e Marie-Claire Mukangango.

Videntes ainda não reconhecidos:

Emmanuel Segatashya; Vestine Salima; Valentine Nyiramukiza; Stéphanie Mukamurenzi; Agnès Kamagaju

 

Sete jovens de idades entre os 14 e os 22 anos, da aldeia de Kibeho e arredores. A maioria eram raparigas estudantes no colégio católico local, ainda que o último a agregar-se ao grupo era um jovem que vivia numa floresta e desconhecia totalmente a religião católica: no meio do AScampo, Jesus aparece a Emanuel Segatashya de 15 anos (baptizado com este nome pelo próprio Jesus, depois da aparição). Nosso Senhor ensinar-lhe a rezar o Pai Nosso na sua primeira aparição, uma vez que o jovem não sabia rezar.

Os videntes começaram a ter aparições de Jesus e Maria de forma independente, formando um grupo com o passar do tempo, segundo as indicações que Maria lhes dava.
 

As testemunhas

As aparições deram-se no colégio que as raparigas frequentavam, diante das companheiras que ao princípio não acreditavam. Mas, ao ver as colegas falar línguas que lhes eram desconhecidas, e diante de conversões que viram, começaram a acreditar. Com o passar do tempo, os videntes começaram a ter visões colectivas no meio do povo de Kibeho que observava que entravam em êxtase diante da visão de Maria.

As aparições

Em 28 de Novembro de 1981, no refeitório da escola de Kibeho, Alfonsina Mumureke, ouviu uma vez que chamava:

Minha filha!

Dirigiu-se ao corredor e viu uma bela mulher. Descreve-a deste modo:

"Tinha um vestido branco sem costuras e na cabeça um véu também branco. Não sei dizer a cor da pele, mas era duma beleza incomparável. Tinha as mãos juntas à altura do peito, com os dedos voltados para o céu." A jovem perguntou-lhe quem era. A resposta foi: "Eu sou a Mãe do Verbo".

A experiência repetiu-se no dia seguinte, Domingo 29 de Novembro, e durante o mês de Dezembro, sempre no refeitório ou no pátio da escola. A primeira reacção das alunas e dos professores foi de cepticismo. Ninguém acreditava nela. As companheiras afirmavam que a ouviam falar noutras línguas como francês, inglês, kinyaruanda e outras que não conheciam. Muitos ridicularizavam-na. Mas, pouco depois, outros jovens afirmavam ter tido também aparições da Virgem. Segundo Alfonsina, a Virgem veio a Kibeho para preparar a humanidade para a vinda de seu filho. Alfonsina continuou a ter aparições durante um período de vários anos e afirmava ter um segredo que a Virgem lhe revelara e que não devia dizer até que ela lhe desse ordem. A última aparição teve lugar em 28 de Novembro de 1989, sete anos depois da primeira.

Em Janeiro de 1982, foi Natália Mukamazimpaka, uma jovem de 18 anos muito equilibrada e tranquila que viu a Virgem quase durante dois anos, até 3 de Dezembro de 1983.

Em 2 de Março de 1982, Maria Clara Mukamgango, de 21 anos, começa a ter aparições. Terminaram em 15 de Setembro do mesmo ano.

Mais tarde, o número de videntes aumentou, chegando a ser sete. Outras três jovens e um jovem asseguravam receber aparições de Maria e Jesus.

 

As jovens deviam transmitir ao mundo uma mensagem de penitência, conversão e oração sincera e fé viva, bem como deixarem os pecados de idolatria, fornicação e hipocrisia. Alfonsina ouviu Maria dizer-lhe:

O mundo está a chegar ao fim. O regresso de Jesus está muito próximo… A Rainha dos Anjos vem aconselhar-nos que nos preparemos para a vinda de seu Filho. Temos que sofrer com Jesus, rezar e ser apóstolos para prepararmos a sua vinda.

A Virgem Maria também disse aos videntes:

Vim preparar o caminho de meu Filho para vosso bem, e vós não quereis compreender. O tempo que resta é pouco, e vós estais como que distraídos e ausentes. Estias concentrados nas coisas deste mundo que são passageiras. Vi muitos dos meus filhos perderem-se e vim mostrar o caminho verdadeiro.

Durante uma aparição que durou oito horas (no meio dos habitantes da aldeia que observavam aturdidos), os jovens videntes começaram a gritar e chorar diante da visão que o Céu lhes mostrava: um rio de sangue, cheio de corpos decapitados, corpos abandonados no campo, e pessoas que se matam umas às outras.

Maria adverte que se o Ruanda não se converte, esta profecia abater-se-á sobre o povo.

Em 1994 estala a guerra civil no Ruanda. O confronto entre Tutsis e Hutus termina num genocídio que custa a vida a oitocentas mil pessoas, muitas das quais foram decapitadas e atiradas ao rio Kagera que se tingiu de sangue. Milhares de corpos foram mutilados e abandonados no campo e quase todos os sete videntes foram assassinados durante o conflito, bem como grande quantidade de sacerdotes e religiosas.
 

Aprovação da Igreja

Diante da realização clara da mensagem de Maria em 1981, a Igreja do Ruanda aprovou a aparição, enquanto durava uma perseguição contra o catolicismo iniciada pelo governo. Em Maio de 2001, D. Misago, autor da aprovação eclesiástica da devoção de Maria na aldeia de Kibeho, sob o nome de Nossa Senhora das Dores, é preso pelo governo do Ruanda.
O Ruanda apresenta a evidência física do Céu profetizando sobre o futuro da humanidade, diante do pecado que invade o mundo.

Em 1981, o mundo estava numa fase de grande temor de uma guerra nuclear, com uma tensão entre leste e oeste em ponto de efervescência. No entanto, é no mundo dos países subdesenvolvidos que se dá uma crise ligada às dívidas que estas sociedades já não podem suportar. O desnível das condições sanitárias e sociais em que vivem as nações pobre aumenta grandemente relativamente ao desenvolvimento dos países ditos do primeiro mundo. E é num desses países mais pobres que Jesus e Maria decidem conceder a graça da sua presença.

O Lugar

O Ruanda está situado no centro de África e é um dos países mais pobres do mundo com uma economia essencialmente agrícola. A maioria dos habitantes são católicos e apenas uma pequena percentagem de pessoas professam cultos africanos e outras são muçulmanas.

Durante séculos os Tutsi, fisicamente de grande estatura, dominaram os Hutus. Uma guerra civil terminou com a derrota dos Tutsi, tendo muitos deles saído para o exílio para outros locais de África.

Em 1963, os Tutsi exilados invadiram o país e ocasionaram um golpe de estado que terminou numa mortandade tremenda. Rivalidade entre os Hutus levaram a um golpe que conduziu Jevenal Habyarimana, católico, à presidência, substituindo Gregório Kayabanda que tinha governado desde há 11 anos.

Depois doutra invasão e golpe de estado pelos Tutsi, estabeleceu-se uma democracia multipartidária. Depois de muitas lutas raciais foi possível um acordo de paz em 1993, entre o governo e os rebeldes da Frente Patriótica do Ruanda, liderada pelos Tutsis.

Quando a Virgem apareceu no Ruanda em 1981, a situação era muito complexa e os conflitos étnicos pareciam em aumento, chegando a confrontações sangrentas entre as tribos dominantes. O clima que se vivia era extremamente tenso, quando Maria e Jesus irromperam entre os aldeões.

 

Vossemecê quem é?